COMPLICAÇÕES NO TRATAMENTO
Apesar das precauções pré e transoperatórias, as complicações no tratamento pode ocorrer e devem ser reconhecidas e imediatamente tratadas. Stolke relata complicações com microcirurgias em 7,8% e, na macrocirurgia, em 13,7%.
As lesões vasculares da aorta abdominal, cava inferior e ilíaca comum são as mais dramáticas, com índice de mortalidade de 78% nas arteriais e 89% nas venosas, sendo que 50% sangram pela ferida operatória e outras fazem um grande hematoma retroperitoneal, levando a choque hipovolêmico no trans ou pós-operatório imediato . Isso ocorre pelo incorreto dimensionamento do tamanho do espaço discal, com a cureta ou pinça pituitária ultrapassando o anel fibroso anterior e lacerando os vasos, o que deve ser imediatamente reparado através de laparotomia. A incidência é de um para 2.000.
Solonem, em 1975, realizou 25 discografias pós-discectomias e verificou contraste anterior ao disco em três pacientes, mas todos assintomáticos. Podem ocorrer fístulas arteriovenosas de diagnóstico tardio, levando a alteração circulatória nos membros inferiores e cardíaca. A lesão da raiz pode ocorrer pela cauterização ou excessiva retração, principalmente em hérnias volumosas, devendo-se ter todo o cuidado no afastamento e proteção da raiz. Às vezes, a raiz encontra-se completamente achatada por uma hérnia anterior, podendo ser lacerada ou incisada. Deve-se obter adequada exposição da margem lateral da raiz.
Alterações anatômicas, como duplicidade, bifurcação pré ou pós-pedicular, devem ser identificadas. Lesões de dura-máter, mais frequentes na reintervenção, devem ser reparadas no transoperatório, para evitar a formação de fístula liquórica. Discites podem ocorrer, na microcirurgia, em 1,4%e, na macrocirurgia, em 0,5% , apresentando dor lombar forte, diferente das dores pré-operatórias, febrícula ou não, reação inflamatória na incisão e velocidade de hemossedimentação acima de 50, geralmente após a segunda semana. Sinais radiológicos aparecem cerca de três a quatro semanas após a dor.
A discite deve ser tratada com imobilização e antibiotico-terapia dois a três meses, sendo que a cirurgia e raramente indicada quando tratada em tempo adequado. As infeções da ferida operatória devem ser debridadas e exaustivamente irrigadas recomendando-se cultura e antibioticoterapia especifica tão logo haja a suspeita.
Hematomas após a hernioplastia
Hematomas ou acúmulo de sangue na região manipulada na cirurgia de hérnia inguinal podem ocorrer. Quando os hematomas se apresentam com coloração azulada e leve inchaço nos homens na base do pênis e no escroto, e nas mulheres nos grandes lábios é tido como comum, trazem pouca repercussão e desaparecem em alguns dias
. A manifestação deve ser encarada como complicação quando o tom azulado do hematoma se transforma em preto e está acompanhado de inchado exagerado e dor severa. Nesses casos, em geral o tratamento é conservador com gelo local e repouso, porém pode ser necessária alguma intervenção a depender de cada caso.
Seromas pós-cirúrgico
Entende-se por seroma o surgimento de abaulamentos na região resultantes do acúmulo de líquido claro/plasma sanguíneo, na região operada, esses podem não ser enquadrados como complicação pois pode desaparecer sem nenhuma intervenção.
O paciente deve preocupar-se caso esses seromas assumam uma grande dimensão ou infecionem, sendo fundamental que ele retorne ao ambiente hospitalar, podendo ser necessário procedimento de drenagem desse plasma acumulado.
Dor
Em geral, em duas semanas de pós-operatório espera-se que a dor seja eventual e não atrapalhe a rotina do paciente. Quando a dor evolui para uma maior severidade ou se transforme em dor crônica ou persistente é tido como uma complicação no tratamento de hérnia .
Recorrência ou retorno da hérnia na virilha
Não costuma ser muito comum, mas essa complicação no tratamento pode ocorrer a recidiva da hérnia, ou seja, ela pode retornar, por causa de uma má extração ou por outros fatores. Neste caso, é necessária uma nova intervenção cirúrgica para a revisão da cirurgia anterior.
Consulte aqui os tipos de tratamento existentes, e as com maior probabilidade de sucesso.